Diário de Bordo


Diário de Bordo 2001

2001 - 22 a 25 de dezembro


    Sexta feira, sai da agência por volta das sete da noite. Segui para casa.

     Acordei cedo no Sábado, tomei um breve café e já saí, para me encontrar com a Andréa no metrô Paraíso para irmos ao centro da cidade, em busca de um vestido para ela usar no casamento da irmã dela. Quando eu já ia pelo caminho, descobri que ela estava atrasada e resolvi pegá-la em casa. Como havia saído com pressa e sem tomar um bom café, parei numa barraca e comprei uma calabresa e um guaraná, para ir tomando no caminho. 

     Enquanto ia dirigindo, ao fazer uma curva, a lata de guaraná acabou virando e matando a sede do painel do Uno! Ficou uma beleza, uma verdadeira sopa de guaraná, papéis e anotações, quer dizer, ex-anotações! Mas sequei tudo e prossegui meu caminho A peguei em casa e seguimos para a Rua José Paulino, tradicional reduto de lojas de roupas femininas. 

     Demoramos um pouco para encontrar um lugar para estacionar, e chegamos finalmente aquela agradável, limpa e tranquila rua, onde se misturavam pedestres seguindo em todas as direções, ambulantes e seus artigos variados, dentre as quais as bombinhas do Bin Laden, uma série de bombinhas que os ambulantes acendiam e jogavam por baixo dos veículos que vagarosamente, tentavam seguir pela rua, causando diversos e seguidos estouros.. 

     Fomos fazendo aquela via sacra, de loja em loja, olhando um vestido, olhando outro. Fomos caminhando primeiro por um lado da calçada, até quase o final da rua, depois fomos seguindo pelo outro lado. O calor era intenso, a calçada lotada de pedestres. Pegamos uma cerveja e uma água para refrescar um pouco e prosseguimos pelas lojas, parando, experimentando um, olhando outro, assim por toda a rua. 

     Ao chegarmos na outra ponta da rua, uma chuva ameaçava cair, e resolvi buscar o guarda-chuva no carro. Continuamos pelo outro lado da rua, entrando em várias lojas. Demos uma parada numa barraquinha para comer um pequeno lanche e terminamos de caminhar pelo restante da rua. Voltamos para o carro e seguimos para a rua 25 de Março, para comprarmos algumas lembranças para crianças, como presente de Natal. 

     Chegamos na citada rua e logo entramos no shopping 25 de Março, onde subimos alguns andares, pesquisamos alguns preços, e compramos algumas lembranças. Fomos em seguida na loja Armarinhos Fernando, que também estava lotada. Andamos com dificuldade lá dentro, encontramos mais algumas lembranças, e finalmente, saímos daquele aperto, para irmos para outro local, o Shopping Center Norte. Começou a chover pelo caminho e chegamos ao shopping sob forte chuva.

     Andamos um pouco pelo shopping, paramos em uma lanchonete para fazermos um lanche e, passeando pelas lojas, todas com preços muito elevados, resolvemos ir a outro shopping, cuja fama é possuir preços mais em conta, o Shopping D, próximo dali. Andamos por lá, pesquisamos mais algumas lojas e ao receber um telefonema de minha mãe, que disse não estar passando bem, nos apressamos e seguimos para minha casa. 

     Ao chegarmos, minha mãe não estava com uma aparência boa, se queixando de dores no estômago, mal estar e falta de ar. Fui com a Andréa na farmácia ao lado de casa, buscar um remédio para o estômago, e quando voltávamos, descendo minha rua, que tem um declive acentuado, vinha segurando a Andréa para não cair, já que ela estava com uma sandália de salto alto, mas de tanto prestar atenção, me distraí e acabei tropeçando e torcendo o pé. 

     Ainda vim para casa, insistindo em não sair, mas após muita insistência, resolvi ir a um pronto socorro. Segui com a Andréa ao bairro do Ipiranga, no hospital que não me recordo o nome, onde passei por um ortopedista, que pediu um raio X de meu pé, e após ver, recomendou apenas que eu enfaixasse por duas semanas.

     Ele fez uma tala, e sai da sala, primeiro me apoiando na Andréa, depois montado numa cadeira de rodas. A Andréa foi me conduzindo para a porta, onde veio um funcionário do hospital dando dica para que trouxesse o carro até a porta do hospital, para eu embarcar. Como a Andréa ainda está aprendendo a dirigir, e quem acabaria tendo que levar o carro seria eu mesmo, com gesso e tudo, insistimos ao cidadão que não haveria problema de ir até a rua, já fomos desejando boa noite, obrigado e feliz natal, para o cara sair de perto.

     Fomos até a calçada, onde havia uma escada, e dali para a frente sai pulando num pé só até o carro, estacionado perto. Entramos no carro e a Andréa foi tirar o carro da frente do hospital pelo menos. Custou um pouco, mas deu uma marcha à ré e saiu dali, seguindo pela avenida. Paramos no primeiro semáforo, onde trocamos de lugar. Para sair que foi a bica, pois o gesso não me permitia pisar na embreagem, fazendo com que eu fosse obrigado a acelerar o carro com a mão para poder sair com o carro. Daí em diante foi fácil. Foi só não parar em lugar nenhum, reduzir antes dos semáforos e deu para ir até a porta de casa sem maiores problemas. 

    Ao chegarmos, minha mãe, creio que com o nervoso, havia ficado pior. Faltava-lhe o ar, ela estava agoniada. Pegamos os documentos dela e seguimos para o pronto socorro do bairro, onde ela passou num clínico, que prescreveu algumas injeções e medicamentos, diagnosticando provável crise de gastrite e esofragite. Nisso, meu pai chegou ao pronto socorro também, vindo do trabalho e todos seguimos para casa. Fui tomar um banho, sentado no banquinho e com o pé estirado por cima de uma cadeira. Até que não foi tão ruim, arrumei meu colchonete e fomos dormir.

     No Domingo a Andréa passou o dia aqui, dando uma força no preparo do almoço, e passamos o dia aqui em casa, até anoitecer e meu irmão pegar o carro e levar a Andréa para casa.
Na véspera de Natal, acordei cedo e vim tomar meu café. Meu camarada Vagner veio em casa deixar um cartão e os votos de Feliz Natal! Falei a ele que havia ficado com inveja dele, pois ele esteve esses dias atrás com gesso também. Passei o restante do dia tentando mexer em uma coisa ou outra, mas com total desconforto pois não dava para caminhar direito. 

     O dia passou, caminhando somente entre o quarto, sala, cozinha e banheiro. A noite meu colega Marcão Mala passou aqui e ficamos batendo papo até tarde. Depois que ele foi embora, jantamos. Fiquei assistindo televisão, passeando de um canal para outro, até quase dar meia-noite. Após a meia-noite, cumprimentei meus pais que ainda estavam acordados, e eles foram se deitar e fiquei a assistir televisão, vendo o show do Bruno e Marrone, alternando um pouco com a missa transmitida do Vaticano, e outros canais, até adormecer.

     Levantei cedo na terça e após tomar um café, fui auxiliar minha mãe na cozinha, picando batata, cenoura e ovo cozido para fazer maionese além de ajeitar alguma coisa. 
Nisso chegaram minha tia Maria, meu tio Belo, meus primos Bruno, Rosangela e o Marcelo com a esposa e o filho Wallace, além da Andréa, que chegou logo depois. A presenteei com a sandália transparente que havia comprado para ela, que estava na caixa cheia de corações e declarações que fiz com caneta hidrocor. Ela me trouxe um perfume.

     Em seguida fomos almoçar, depois comer uma fruta e descansar um pouco para fazer digestão do pernil, chester e tudo mais. Depois mais a tarde, eu como estou machucado, ganhei manga cortada no prato, he he he. Daí logo anoiteceu, e a muito tempo, creio que a mais de um ano, conforme conversei com a Andréa, eu não assistia os telejornais, parte de novela e o programa Caceta e Planeta, que gosto muito.

     Combinamos de meu irmão voltar da casa da namorada as onze e pouco para levarmos a Andréa e voltarmos a tempo de pegarmos meu pai no trabalho, e assim fizemos. Fomos para Osasco, voltamos, passamos no trabalho de meu pai e viemos para casa.